Às vezes me pego absorta em meus pensamentos sobre amadurecimento. Para falar a verdade, vivo dilemando quanto à isso! Será a famosa crise dos 20 anos? Se for, sou um perfeito encaixe.
Tem tanta coisa mudando. Nada mais é como eu pensava, e como eu gostava.
Permaneço confusa no meio do furacão.
Sair para os mesmos lugares já não tem tanta graça, apesar de insistir.
As conversas, cada vez mais exigem um nível intelectual mais avançado; não querendo parecer chata, mas naturalmente.
Quero mais respostas, mais vivência!
Chega daquela fase irresponsável e irredutível da adolescência! Chega de homens que não mais acompanham o meu pensamento.
Sinto-me uma borboleta prestes a sair do casulo.
Fico pensando, a vida é mesmo engraçada, somos tão previsíveis!
Começam a surgir vontades em mim, aquelas, dos nossos pais mesmo!
De casar, ter filhos, ir para sítio, fazenda, viagens ao exterior, emprego fixo, fazer dinheiro, contribuir para a sociedade. Entender de impostos, bolsa de valores, investimentos, cozinha! Ter filhos e se tornar responsável pela formação moral de mais um ser humano que vem ao mundo.
Essas coisas, sabem!
Acabo de me formar, e agora? Sinto-me louca para enfiar a cara no trabalho, produzir, ver até onde eu realmente sou capaz!
Mas por outro lado...
Aonde fica o meu carnaval de Salvador ainda não vivido, as minhas viagens de carro pelo mundo na companhia de amigos, tantas baladas, que eu gosto sim!, tantas pessoas que ainda tenho que conhecer, um tempo para morar fora e aprender culturas...
Taí a crise.
Uma vida é tão pouco, né!
