quinta-feira, 5 de maio de 2011

Mundo Digitalizado

Nesse mundo interconectado perdemos tempo demais.
A propósito, devo constatar que a noção de tempo ficou bem subjetiva após agregarmos ao nosso dia-a-dia os celulares, computadores, I-Pads e Nextels.
Uma hora em frente ao computador é bem diferente á uma hora esperando num consultório odontológico. Qual será o fator determinante dessa diferença inquestionável? Porque que ela existe, isso é um fato.
Sou muito grata pela evolução humana e tecnológica, e como qualquer mortal que não seja avesso à tecnologia, também me sinto nua quando estou sem celular. Mas ao mesmo tempo não gosto desse sentimento.
Como nos deixaram assim? Penso às vezes até em uma conspiração da CIA ou da indústria capitalista, ávidos a nos domar como ratinhos de laboratório, nos tornando eternos reféns de seus produtos.
Sou careta em algumas coisas. Por exemplo, não queira me obrigar a ter um "Smartphone", conectado 24h à internet, para conferir meus e-mails freneticamente a cada segundo. Eu não tenho paciência e me sinto coagida. Confesso que muitas vezes nem atendo o telefone. Taurina e teimosa como eu só, olho para aquele aparelhinho a chamar e penso "Ah tá, atendo se eu quiser. Não quero falar com ninguém agora."  Amigos, não levem para o lado pessoal, essa sou eu.

Eu tenho uma mente antiga. Gosto do palpável, do visível. Amo livros e o prazer abstrato que eles me proporcionam quando deixam a minha imaginação fazer o que bem entender com seus personagens. Gosto de me deitar na cama e folhear as páginas novas do recém adquirido. De observar as palavras e colocações bem escritas. De passear pela poesia.
Não sou muito de ver vídeos na internet e detesto ler em frente a tela. Informação demais me deixa tonta.

Curioso mesmo é o meu pai, que até hoje recusa a se render ao mundo moderno. Até pouco tempo atrás possuía um telefone analógico com funções de orelhão mesmo. A operadora entrou em contato informando que a tecnologia analógica seria tirada de linha, e o presenteou com um celular funcional. Ele vive desligado e só é utilizado em emergências.
Pergunte se meu pai é feliz?!

Enfim, que já estamos à mercê de "Bill Gates" da vida, isso é certo. Mas podemos ainda nos dar ao luxo de vivermos ausentes do mundo de vez em quando. É saudável para a alma dar aquela desligada vez ou outra.
Embora isso não deva durar muito: até o meu pai, quando não está pescando no meio do mato, se rende às vezes aos aplicativos do I-Pad.
Vê se pode!

3 comentários:

Isabela disse...

Sem contar os relacionamentos, amorosos ou não, que nunca mais foram os mesmos pós era digital... Passar o telefone é coisa do passado. Agora é: vc tem face?

Karen Dumont disse...

Hahaha.. verdade amiga! Se os homens já eram folgado, imagina agora??/ Bem capaz de mandar msg conjunta ainda pra economizar caracteres! hahaha
triste o fim!

Unknown disse...

E como é difícil garimpar o que é relevante nesse bombardeio de informações que recebemos a todo momento e por todos os lados, né gente?

Acho que o grande barato é fazer esse exercício de curadoria de informações e aproveitar as relações que as novas tecnologias proporcionam. Ser "amigo" ou "seguidor" de um escritor, músico, artista, webcelebridade ou até de uma marca que você "curte" e poder trocar uma ideia com eles, mesmo que virtualmente, é algo novo e genial!

Fazer tudo isso e, ao mesmo tempo, passar um feriado sossegado em alto-mar com os amigos, onde não se veja nada além de baleias ou marinheiros italianos é a questão.

Afinal, quem é o louco que não gosta do palpável?! Rsssss!

PS: Vocês tem face?