quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Nao há história que o absolverá.

"Um país de muito passado agora tem algum futuro."
É assim, descaradamente parcial, que se intitula a reportagem de capa da VEJA dessa semana.
Como uma futura jornalista formada, me vejo na obrigaçao de comentar esse assunto aqui. Afinal, nao é todo dia que temos o privilégio de presenciar o fato histórico do principal ditador e percursor de uma das formas de socialismo mais cruéis, renunciar ao cargo.
Renunciar em partes. Fidel fora praticamente obrigado a se afastar do poder devido à sua saúde debilitada e a idade avançada. E para piorar, ainda deixa Cuba nas maos de seu irmao Raúl, seguidor de sua doutrina arcaica.
Mas pelo sim e pelo nao, os Cubanos podem finalmente dar um suspiro de alívio. Novos tempos estarao chegando?
Confesso que ha pouco tempo fui inocentemente seduzida por uma mesma reportagem na Veja, que exaltava os atos heróicos de Che Guevara, fiel escudeiro de Fidel. Mas agora, um pouco mais informada, me arrependo.
Heroísmo nao combina com massacre, com doutrinaçao. O idealismo deve ser estimulado, principalmente entre os jovens - é ele que move o mundo -, mas definitivamente nao deve ser usado como desculpa para o derramamento de sangue.
Fico pensando em quantas vidas foram sacrificadas para manter a obcessao de Fidel Castro. Quantas famílias desfeitas, quanta liberdade renegada, quanto atraso.
Penso que ideais devem ser realizados em comum acordo, e nao impostos. Um ser humano como todos os demais nao tem o direito de abstrair um povo inteiro do resto do mundo.
Bom, os discursos humanitários serao infindos. Fidel dispensa comentários.
Vou reproduzir a frase mais citada dessa semana: "Já vai tarde."

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