segunda-feira, 31 de março de 2008

Eu não ficaria bem na sua estante


"Te vejo errando e isso não é pecado, Exceto quando faz outra pessoa sangrar Te vejo sonhando e isso dá medo Perdido num mundo que não dá pra entrar Você está saindo da minha vida E parece que vai demorar Se não souber voltar, ao menos mande notícias'Cê acha que eu sou louca Mas tudo vai se encaixar Tô aproveitando cada segundo Antes que isso aqui vire uma tragédia E não adianta nem me procurar Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo Só você não viu E não adianta nem me procurar Em outros timbres, outros risos Eu estava aqui o tempo todo Só você não viu Você tá sempre indo e vindo, tudo bem Dessa vez eu já vesti minha armadura E mesmo que nada funcione Eu estarei de pé, de queixo erguido Depois você me vê vermelha e acha graça Mas eu não ficaria bem na sua estante Tô aproveitando cada segundo Antes que isso aqui vire uma tragédia E não adianta nem me procurar Em outros timbres, outros risos Eu estava aqui o tempo todo Só você não viu E não adianta nem me procurar Em outros timbres, outros risos Eu estava aqui o tempo todo Só você não viu Só por hoje não quero mais te ver Só por hoje não vou tomar a minha dose de você Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se curam

E essa abstinência uma hora vai passar..."


Há pouco tempo tive uma aula de marketing de serviços, que me ensinou um conceito que valeu para a vida: todos os produtos tem um ciclo de vida. Chega uma hora, que inevitavelmente ele nao pode mais fazer parte do mix, a nao ser que o empresário esteja disposto a arcar com o prejuízo.


É assim com alguns relacionamentos também. É chegada a hora que, por mais que doa, ele tem que morrer. A nao ser que você esteja disposta a arcar com os dolorosos prejuízos.


O sexto sentido de um mulher nao falha, mas as vezes é preciso ir mais a fundo para doer no próprio calo. Deus sabe o que faz, mas ele te dá a oportunidade de ver com os próprios olhos; ou sentir com o próprio coraçao. Mas fique tranquila, a carga é tao pesada quanto possa carregar.


A metáfora do fundo do poço nao é figurativa. E que bom que ele tem um fundo, porque aí a gente bate e volta. E de alguma estranha forma renacemos das cinzas. Exaustas, mas de volta ao jogo. Até porque, ainda é cedo para desistir.


Algum resquício de mágoa certamente permanecerá. Mas é de um conjunto de cicatrizes que é feita uma vida, nao? E tem um remédio chamado tempo que dizem que tudo cura. É verdade, ele é um puta anestésico. Mas só serve para tapear. O que está feito, nao tem volta.


A única coisa irreversível nesse processo todo é a perda de temperatura. A cada remexida na ferida, sinto que meu corpo perde graus de calor. E cada vez mais vai esfriando.

O fator trágico de tudo isso é que uns pagam pelos outros. E só eu perco.

A conta final é minha.


*creditos da imagem: jojô takenaka

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