quinta-feira, 28 de abril de 2011

Inspirando... Expirando!

Tenho uma folha de word em branco, um milhão de idéias, teorias de quatro cursos e uma inércia substancial que me persegue. Não sei se é só comigo, ou o problema de uma geração, mas a verdade é que é difícil sair do lugar.
Transformar idéias em ações é algo para pessoas especiais. Ou disciplinadas. Ou como diria meu pai: para quem está com a corda no pescoço.
E não estou?

Lilia Cabral está dando um show no novo seriado da Globo, Diva. Assisti há pouco um episódio que tratava exatamente disso: do ócio criativo. O que nós, aspirantes a escritores ou artistas, fazemos com ele?
Como explicar esse borbulhao de pensamentos e nenhuma produtividade?
A minha vida é mesmo uma sucessao de acontecimentos previsíveis e banais, que nao valem a pena serem expostos ou usados como exemplo? A humanidade segue uma marcha encabeçada pela chamada "massa", que nos obriga a nascer e morrer apenas um pouco menos ignorantes?  Será essa a nossa missao?

Mercedes é uma divorciada, mae de dois filhos homens e pintora nas horas vagas. Ela também sofria do mal da falta de inspiraçao e conseguiu resolver a charada quando algo significante aconteceu em sua vida.
Algo do tipo, fazer o bem à alguém.
Acreditando ser um sinal divino ao encontrar um folheto de um asilo ocasionalmente em sua bolsa, a nossa personagem tomou coragem e foi enfrentar essa tal de caridade. Nao obstante, se deparou com uma realidade bem colorida: a vida de fato continuava o seu curso naquele local. Se sentindo um pouco culpada por ter pre-julgado uma situaçao, resolveu se aproximar de algumas pessoas. E encontrou nelas seres humanos fantásticos com uma enorme capacidade de viver a alegria.
Aquele foi um grande impulso para a sua inspiraçao. De repente os problemas corriqueiros pareceram idiotas demais para incomodar. A vida renascia, bondosa e acolhedora. E ela voltou a pintar.

Nao sei se sou capaz de viver algo tao fantasioso imediatamente. Digo isso porque há meses venho lutando contra eu mesma afim de começar a fazer algum tipo de trabalho voluntário. Talvez por vontade; talvez por culpa. Ainda nao fui capaz de deixar minhas atividades diárias egoístas de lado e estender o braço à alguém.
Será que isso ajudaria em minha inspiraçao?
Ou ajudaria ao próximo?

O meu "eu" precisa ser deixado de lado. Quem sabe assim nao possa vivenciar algo que deixe de exemplo para os meus filhos, algo pelo o qual possa realmente me inspirar?

Essa tal de inspiraçao me perturba. Afinal, o que querem de nós?

Um comentário:

Unknown disse...

Pensamentos profundos que inquietam a todos nós. Nos perguntamos da nossa importância agora ou no futuro. Buscamos significado para nossas vidas.

É só mais um retrato da nossa insignificância como um todo. Entretanto, em algum lugar, temos nossa importância, para alguém nós contamos.

Umas vezes esse lugar está em nossas mentes, outras vezes num blog, mas colocar nossas idéias para fora é difícil, principalmente de uma forma coerente, ou interessante.

Acho que isso é um esforço contínuo, e não apenas "bolotear".

Parabéns pelo blog.