quinta-feira, 19 de julho de 2007

LUTO

Não posso deixar de comentar o assunto da semana. Infelizmente não poderei fechar os olhos e constatar que tudo não passa de um pesadelo. Falo como mais uma brasileira que se encontra profundamente perplexa diante das consequências desastrosas as quais fomos submetidos na última terça feira. Sabe o mais revoltante? É saber que a situação poderia ter sido evitada. Prevista. Cuidada.
Dói é saber que o governo não tem pulso e nem moral para nos oferecer ao menos pistas de aeroportos decentes. Dói constatar que nenhuma medida fora previamente tomada frente à possíveis falhas em um dado aeroporto no meio da cidade mais populosa do nosso país. Dói a omissão e a falta de caráter dos nossos representantes com aqueles que dedicam cerca de 5 meses de seu ano ao honeroso pagamento de impostos. Dói assistir passiva a todo esse absurdo.
Mas sabe o que é mais grave nesta história toda? É que dessa vez assistimos simplesmente ao maior desastre aéreo já registrado na aviação brasileira. Cena digna de terroristas de Osama. E nem precisamos da ajuda dele, sabem por que? Porque nós mesmos elegemos os nossos! Todas essas críticas e páginas de jornais custaram muito mais do que o agravamento do caos aéreo do país, nada mais do que 200 vidas. Três famílias inteiras. Bebês. Mães que perderam 2 filhos. Tantos e tantas brasileiras que ainda tinham uma vida pela frente. E sonhos a seguir. E famílias a construir!
Fico tentando mensurar a dor de uma mãe que perdeu as suas duas filhas e a mãe. Num mesmo dia. Numa mesma hora. Em uma situação que poderia ter sido evitada. Fico a imaginar o que será da vida dessa pobre mulher. Aliás, vida? Que vida?
O que um empresa de seguros pode propor de idenização para essas famílias, meu Deus? Nem bilhões cessariam a imensa dor que sentem. Nem fortunas inteiras, eu tenho absoluta certeza disso.
O ser humano não nasceu preparado para a morte. Para a perda de entes queridos. E digo isso por experiência própria. É uma dor que fere, remexe, não cessa. Uma falta que nunca poderá ser suprida; uma imagem que aos poucos vai sumindo da sua memória mesmo que você lute contra isso. E por mais que se passem os anos, um belo dia você acorda e sente aquela mesma dor. Na mesma intensidade. E uma saudade cruel.
Não estou aqui tentando escrever bonito e nem ser demagoga, estou aqui como brasileira e como ser humano, pedindo a Deus ardentemente que tenha misericórdia dessas famílias. Que proporcione nada mais do que a paz em seus corações. Que abrande o sofrimento; que console a alma.
E aos que se foram, que repousem nos braços de Deus. Em um lugar repleto de amor e justiça.
Aonde governantes ainda tenham consciência e coração.
Como este meu, que graças a Deus ainda bate aqui dentro.

Um comentário:

AKEMI TAKENAKA disse...

iiii.... karen, pois eu acho q vou sumir... (não do blog, pq dessa vez vou ter que atualizar sempre), mas na vida real... tô saindo do páis! te contei? e vc! q tá cada vez mais morena, hein! eba! voltando ao time! :D
beijos! depois conto mais!