terça-feira, 7 de agosto de 2007

"O verdadeiro revolucionario é movido por um grande sentimento de amor."

Acabo de ver um filme impressionante. Aliás, mais um deles desde que emergi no mundo dos filmes cult. "Diários de Motocicleta".
Fascinante.
Além de te fazer querer viajar por toda a América Latina.
Engraçado como o interesse pela cultura dos países desenvolvidos é prioridade em nossas mentes. Pura estupidez, quando temos um mundo de diversidade vizinho. Valorizar uma própria cultura é desejar primeiro conhecer esse imenso Brasil, seguido da América Latina, para depois então desbravar outros continentes. O povo, as línguas, a nossa história.
Ignorante confessa, ainda não conhecia a história de Che Guevara. Pra falar a verdade ainda não conheço, apenas li algumas páginas de internet. (Biografias, aí vou eu!)
Mas pelo pouco que li, já deu para admira-lo. Abstendo-me das visões socialistas ou capitalistas, o idealismo de Che me impressiona. Acho fantástico as pessoas que não passam essa vida em branco. Que lutam por um ideal, que tem a coragem de desbravar caminhos e que não se rendem à futilidade cotidiana. Tenho isso forte em mim e espero não passar a minha própria existência suficientemente conformada. Mas isso é assunto para uma outra hora.
A questão é, se Che fora um brutal assassino, ou um revolucionário estúpido, ainda irei descobrir nos livros de história (perdoem a falta de cultura), mas pelas passagens diárias relatadas no filme, proponho um brinde ao exemplo! À humanidade! À postura pro ativa! Ao médico corajoso. Ao defensor dos oprimidos. Emocionante a cena em que ele se atira no lago e atravessa-o para ir ao encontro dos leprosos. Penso eu que poucos humanos se sujeitariam a isso.
E incluo a minha pobre alma covarde nesse montante. O que mais queria em mim era mais postura pro ativa. Quero sair do idealismo e rumar à ação social. Gostaria de fazer algo para este mundo.
Encantadoras também são as cenas dos muitos povoados latinoamericanos. Se poderemos um dia ser uma américa unificada como propos Che, eu não sei. Só sei que este povo merece exaltação. Não sei bem o por que, mas ao contemplar rostos peruanos, colombianos, entre outros; sinto um profundo sentimento de irmandade. Incrível como seus rostos cansados e sofridos, que me parecem nascidos da própria terra, retratam a mais pura vida. Sim, vida. E não essa rotina privilegiada que nós capitalistas levamos. Ver aquelas pessoas morando em cabanas, vestindo farrapos de roupas, completamente aquém a este mundo moderno e competitivo o qual habitamos, me faz pensar. Pensar em como em pleno século XXI, aonde a realidade de uma carreira, empresas, cargos e acensão social me parecem indubitavelmente paupáveis, ainda exista tanta gente no círculo de exclusão.
Aí eu peço licença para viajar em minhas divagações sobre o sentido da vida. Já pararam para pensar qual é a missão desses povos no mundo? Para mim é intrigante.
Sempre me pergunto a razão de se nascerem tantos sofredores, condenados a uma vida de miséria e falta de perspectiva. Qual o sentido? E que papel desempenham na esfera mundial? Meras estatísticas? Ou peças chaves para a mobilização e humanização mundial?
Enquanto somos ofertados a mundo de possibilidades, uma carreira próspera, uma família a construir; esses coitados tem uma expectativa de vida trágica, são esfomeados e vivem a mercê da falta de conhecimento. De onde nasceu a injustiça social se Deus é o mesmo para todos? Qual o papel que desempenham?
Bom, nem vou me estender neste assunto tão polêmico. Como já disse, apesar de não parecer, tenho em mim uma grande veia social, o que as vezes me transforma nessa chata humanitária.
O que quero mesmo é recomendar "Diários de Motocicleta", esse filme belo e marcante. Diferente das produções bilionárias norte americanas, ele nos oferece belas paisagens do nosso continente, além de nos instigar a refletir sobre as verdadeiras questões humanas.
"...si usted es capaz de temblar de indignacion cada vez que se comete una injusticia en el mundo, somos compañeros.."
Che Guevara

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