domingo, 14 de outubro de 2007


Miudezas do mundo de Amélie

“O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” é um dos meus filmes prediletos. Quase toda resenha sobre ele diz tratar-se de uma obra sobre “garota francesa que um dia descobre um tesouro de criança em seu apartamento e, após encontrar o dono, decide fazer coisas boas por várias pessoas”. Sim, esse é o pano de fundo e a primeira metade do filme. Mas, eu acredito, a intenção ali era outra: falar sobre ridículos e corriqueiros prazeres da vida. E como cada pessoa se torna diferente das outras por causa disso.
A cada vez que apresenta um personagem, o narrador diz as coisas que aquele indivíduo ama ou odeia. A própria Amélie tinha preferências e incômodos banais. Ela amava colocar a mão toda no saco de lentilha, quebrar a casquinha do creme brullé com a colher e olhar a cara das pessoas no cinema quando a luz estava apagada. E detestava, entre outras coisas, gente de filme que dirige olhando pro lado.
Já a dona do café Deux Moulains odiava ver um homem ser humilhado na frente do filho. A aeromoça adorava o som da tigela de leite do gato tocando o chão. Nino gostava de colecionar fotos automáticas. O pai de Amélie era maníaco por esvaziar a caixa de ferramentas, limpar tudo e guardar os itens de volta – mas abominava sair da piscina e ter seu calção de banho colado no corpo. Hilário.
Cada um tinha minúsculos prazeres e desconfortos que os tornava únicos. Apesar de serem bobagens, comportamentos tolos não divididos com mais ninguém, isso podia dizer muitíssimo sobre suas personalidades. Depois de “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” passei a acreditar mais do que nunca: pessoas são apenas isso mesmo, aglomerados de manias miúdas, neuroses bobas e muito reveladoras.
As miudezas do comportamento podem dizer bastante de nós – pena não serem conhecidas pela maioria dos que nos cercam. Seria ótimo se, como no filme, fôssemos apresentados com o rol de três “amo” e três “odeio”. Você conhece a pessoa e recebe o cartão: “Fulano adora cheiro de grama cortada, adora repintar a cerca a cada seis meses e adora cachorros com nome de gente, tipo Arnaldo. Fulano odeia: velas escorridas, som de telefone e cadarço desamarrado”.
Pronto! Já saberíamos que o tal Fulano é apreciador da vida natural, não é preguiçoso e tem senso de humor. E que ele sente medo da morte, mas fica muito bem sozinho e é bastante organizado. Fácil, hã?"

Créditos:
http://garotasquedizemni.ig.com.br/archives/001318.php
Lindo, Lindo, Lindo!
Ultimamente tenho feito descobertas incríveis no mundo do cinema. Quer se sentir feliz e leve? Assista Amélie Poulain e resgate um pouco da beleza das coisas simples da vida.
Entrou para a minha lista de favoritos.
Encantadora a preocupação do diretor com as cores, com a fotografia, com o sentido. A meu ver um roteiro subversivo que prova que uma mídia pode ser bem sucedida sim, sem sexo e publicidade. E que pode nos deixar mensagens subentendidas fantásticas.
Quisera eu revolucionar dessa maneira o lado direito do cérebro!
Sem falar em Paris... a linda Paris que desfila sob os nossos olhos...
Amei.

Um comentário:

Anônimo disse...

oi kaka, assisti o filme neste fds, e nao paro de falar sobre ele com o pessoal, doidinha pra q todos assistam também. Não keria que filme acabasse.Queria ser quiném ela,mesmo q fosse um tikin, tão simples ...beijux..saudades. Haydé